O que é Cueva?
Na definição do dicionário, a palavra cueva é traduzida ao português como caverna ou gruta.
Este tipo de local, como o nome sugere, é uma espécie de escavação subterrânea, muito comuns no Sul da Espanha, que primeiramente foram utilizados como proteção contra o mal tempo antes de se tornarem refúgios durante as perseguições políticas e religiosas.
As cuevas se tornaram casas familiares e algumas delas (as que traziam em seu núcleo a cultura flamenca), se tornaram também um local de apresentações onde era possível ver o flamenco em seu seio, com artistas da mesma família, tornando a experiência bastante específica e intimista. À estas cuevas denominamos cuevas flamencas.
Com o estabelecimento das cuevas flamencas como um ponto de referência artístico onde os shows de flamenco acontecem, estes espaços passaram a atrair turistas de todas as partes do mundo.
Na atualidade, ainda que possamos encontrar algumas cuevas tradicionais em Andalucia, centradas na arte de mesmo núcleo familiar, a maioria delas tem um quadro de artistas fixos e recebe outros artistas flamencos, semelhante aos tablados.
As cuevas, como os tablados, podem estar associadas a uma experiência gastronômica, porém guardam em si um ambiente ainda mais próximo ao público pelo “desenho artístico” particular.
Flamenco mais próximo do público
Ao invés da relação entre palco e platéia, que vimos anteriormente nos ambientes flamencos da nossa série aqui no site da Casa em Si nos espetáculos de teatro e tablados, as cuevas nos oferecem o baile flamenco na área central do espaço. Isso quer dizer que os artistas estão no meio do público e sem uma frente definida.
De certa forma, o ambiente que se estabelece é mais próximo das juergas, onde não há divisão público/plateia. Há público por todos os lados pois as cadeiras estão ao redor de onde a arte acontece. O bailaor ou bailaora dançam entre as pessoas numa construção mais “circular” e os músicos costumam ficar na mesma linha do público em cadeiras marcadas que possibilitam a interação entre eles e também com o baile.
Estilo de show flamenco
Enquanto estilo de show, é semelhante aos shows de tablado quanto a ausência de ensaio e os números solo de cada um dos bailarinos.
Como a dança flamenca possui comunicação ao vivo, esta “conversa” acontece da mesma forma em que nos comunicamos em um determinado idioma. O resultado depende da fluência de todos neste idioma. A estrutura geral do baile, os códigos de baile (determinados movimentos não-verbais que acontecem em lugares pré-determinados, inerentes à comunicação do corpo com a música), os alongamentos do cante, as rodas de acordes e outras ferramentas do flamenco, além do vocabulário, que permitem aos integrantes estabelecer um diálogo ímpar e por este motivo, mesmo que virmos o mesmo show, ele será diferente.
Obedecendo a linguagem flamenca os artistas marcam verbalmente a estrutura geral do seu baile (quantidade de letras e ordem do baile) com os músicos e se encontram no cenário.
São nestes momentos de diálogo que o flamenco se ilumina com momentos de autêntico improviso, sensibilidade e troca entre os artistas. O inesperado surge, o encontro entre a música e o baile vibra, e a naturalidade da arte faz tudo parecer fácil.
cylla alonso
Em São Paulo, a primeira Cueva Flamenca está na Casa em Si, num espaço artístico que remonta as cuevas espanholas tanto na decoração, quanto no caráter intimista e no diálogo flamenco. Fazer aulas, assistir um sarau, participar de um evento ou assistir apresentações neste ambiente é uma experiência única que te leva à uma viagem inesquecível à Espanha, sem sair de São Paulo.
Ótima matéria, que possamos utilizar o espaço da cueva da casa em si o quanto antes.
É um espaço de muita harmonia. Fazer aulas de Flamenco na Casa em Si tem sido muito prazeroso. Para mim foi uma ótima descoberta, estou adorando as aulas e ansiosa para bailar com elegância e domínio… Mas aí já depende de mim também. 😉
Adoro a cueva da Casa em Si. Realmente um local ótimo para eventos intimistas e momentos de celebração e mta dança.