CARLOS SAURA – O cineasta que presenteou o mundo com o flamenco

Vindo de uma família de artistas e apaixonado por fotografia desde a adolescencia, Carlos Saura é um nome muito importante e relevante no cinema espanhol. Para os flamencos e para os amantes desta arte o dia 10 de fevereiro de 2023 marca a partida do diretor, cineasta e roteirista que levou o flamenco ao mundo marcando uma geração.

Mesmo sabendo da importância do conjunto da sua obra, a sua contribuição para o flamenco é muito marcante e especial. Você já ouviu falar dele? Já viu algum dos filmes?

Dono de uma obra artística rica e repleta de estrelas flamencas, Carlos Saura nos deixa o seu amor pelo flamenco e o seu olhar para esta arte através de uma filmografia que atravessou continentes e perpetuou o flamenco.

“A dança, sobretudo o flamenco, tem algo mágico. Nenhuma dança no mundo é tão clara e evidente, principalmente nas mulheres: ela levanta as mãos e ali está, em seus dedos, o próprio céu, o esvoaçar das pombas. Da cintura para baixo é a terra”, afirmou ao jornal El País em setembro de 2020.

Na década de 80, Saura nos marca com a trilogia  flamenca: – BODAS DE SANGRE (1981), CARMEN (1983) E AMOR BRUJO (1986), nomeado ao Oscar de melhor Filme Estrangeiro e Prémio do Jurado no Festival de Cannes com Carmen.

Na década de 90 nos brinda com o filme SEVILLANAS (1991) que reflete a arte deste popular baile e suas mil e uma facetas, seguido do filme FLAMENCO (1995) que nos oferece sua perspectiva e estética ímpares trazendo  luzes, sombras e fotografia ao flamenco.

Em 2010 lança FLAMENCO FLAMENCO retornando com nuances do filme anterior para documentar a dança Flamenca e as mudanças ocorridas nesse período.

Antonio Gades, Cristina Hoyos, Camarón de la Isla, Paco de Lucia, entre outros tantos de arte indescritível se somam à sua obra (provavelmente a mais importante da nossa época) imortalizados nos filmes que geraram uma paixão do público pelo flamenco, graças à forma que Saura nos levava (ou nos trazia) até ele.

“Tive sorte. Sempre digo: fui escolhido porque fiz o que gostava de fazer, tive muita convivência social, economia suficiente para continuar vivendo e sete filhos. Não posso reclamar”, disse Saura ao El País em 2020.

Para quem desconhece estas obras ou não assistiu à todas, deixamos a lista em ordem cronológica e recomendamos que assistam os filmes e mergulhem em mais de 40 anos de história da arte flamenca com Carlos Saura.

  • 1981 – Bodas de Sangre;
  • 1983 – Carmen;
  • 1986 – El amor Brujo;
  • 1991 – Sevillanas;
  • 1995 – Flamenco;
  • 2010 – Flamenco Flamenco.

Apesar da tristeza por sua partida e sabendo que sua genialidade não irá nos surpreender mais no futuro, nossa função é divulgar sua obra e importância, hoje e no futuro, com o mais puro agradecimento dos flamencos pela sua arte.

Salve, Carlos Saura!

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